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quinta-feira, 31 de março de 2011

Mulheres no pastorado



Quando ela está no comando
Ariane Azeredo
A ordenação de mulheres ao sacerdócio ainda causa discussões entre as denominações evangélicas. As igrejas que ordenam mulheres ao pastorado apostam na sensibilidade, força e determinação do sexo feminino. As que são contrárias, baseiam-se na Bíblia para tal posição, afirmando que as Escrituras não citam pastoras nem bispas sendo ordenadas pelos primeiros apóstolos. No Brasil, batistas, metodistas, luteranos, anglicanos, quadrangulares e denominações mais jovens não têm problemas para confiar seus púlpitos e ovelhas ao pastorado feminino. Já a Igreja Presbiteriana do Brasil, a Igreja O Brasil para Cristo e a União de Igrejas Evangélicas Congregacionais do Brasil não ordenam mulheres. A Assembléia de Deus, ligada à Convenção Geral das Assembléias de Deus, afirma em seu site que não concorda com a consagração de pastoras, mas surpreendeu a todos quando, há poucos meses, ordenou a cantora Cassiane junto com seu marido Jairinho Manhães.

Na maioria das vezes, a pastora inicia seu ministério sendo auxiliar de seu marido, também pastor. Mas o que acontece quando a mulher está sozinha no comando? Quando ela é quem lidera a igreja e o marido não exerce função pastoral? Como fica o marido, vendo sua mulher ascender ministerialmente? O engenheiro civil Jades Cunha, de 58 anos, respondeu a esta pergunta com maturidade: “Acho que a pastora é um projeto de Deus. O profeta Joel diz que Deus derramaria Seu Espírito sobre toda carne, homens e mulheres. Servo é servo, não tem sexo, o que tem é disposição para servir a Deus”. Ele é marido da pastora Eridinaide Alves da Cunha, da Primeira Igreja Batista de Fernando de Noronha (PE). Ela afirma que o ministério não atrapalhou a sua família nem seu relacionamento com o marido. “Ele sempre me deu apoio em tudo o que eu fiz. Ele é um abençoador. Aqui em Pernambuco, o machismo é muito grande, por isso toda a minha família ficou ao meu lado”, conta.



EQUILÍBRIO
Consagrados juntos há sete anos, Sandra e Abelardo trabalham em parceria
Um casamento maduro como o da pastora Eridinaide é um trunfo para um ministério pastoral feminino bem-sucedido e equilibrado. Esse também é o caso do casal Selma e Ivan. A pastora Selma Machado, líder da Igreja Evangélica Missionária Nova Vida da Tijuca (RJ), tem 57 anos e 35 de casada. “Só pude ser ordenada porque meu marido reconheceu meu chamado e me apoiou. Minha família não foi afetada, porque eu não exerço o ministério pastoral dentro de casa. A figura do pastor dentro de casa é do meu marido; ele é o líder e o sacerdote”, afirmou. O advogado Ivan, também casado com uma pastora, diz que seu casamento sempre foi muito bom: “Continuo amando a minha esposa da mesma forma. Quando a tarefa na igreja aumenta, eu a ajudo. Acho que a pastora tem muito mais meios para aconselhar, porque o homem é mais vaidoso e mais falho”.

Quem também acredita na necessidade do ministério de pastoras é o pastor Abelardo Teixeira, esposo da pastora Sandra de Andrade, da Igreja de Nova Vida em Duque de Caxias (RJ). Consagrados ao ministério pastoral juntos há sete anos, ele diz que é muito bom ter pastoras na igreja para melhor alcançar as mulheres e as jovens da congregação. “Ter uma esposa pastora acrescenta o meu ministério; temos cumplicidade e ela me ajuda a cuidar das pessoas. Mas, dentro de casa, somos marido e mulher”. Para Sandra, os casamentos sofrem risco de ser abalados quando somente a mulher tem um chamado para o ministério. “Nesses casos, a mulher deve ter muita sabedoria, porque pode ficar tolhida ou se rebelar contra o marido. Eu, particularmente, nunca tive problemas dentro de casa por causa da minha autoridade na igreja”, explicou a líder, que também é fundadora da Associação Evangélica Revifé, que auxilia vítimas de câncer.

FAMÍLIA EM RISCO


Selma revelou que só foi ordenada porque Ivan reconheceu o seu chamado e a apoiou
Conciliar vida ministerial com as funções de mãe e esposa é o maior desafio para uma pastora. E, segundo a experiente Selma, quando não há esse equilíbrio, a família vai mal. “Quando você pastoreia apenas lá fora, pode criar uma rejeição nos filhos, porque a igreja sugou a mãe ou o pai. A mulher pastora tem que ter equilíbrio, pois o ministério não traz confusão”, explica. Na opinião da psicóloga Rosimar Machado, membro do Corpo de Psicólogos e Psiquiatras Cristãos (CPPC), uma mulher pastora com um marido que não é pastor “pode causar insegurança para o relacionamento, por causa do padrão patriarcal da sociedade. Há uma competição subliminar entre os sexos”. Aos casais que enfrentam esse tipo de problema, a especialista dá um conselho: “A receita é o diálogo. O casal não pode fingir que o problema não existe. Se houver a competição, ela precisa ser assumida e tratada pelos dois”.

SUBMISSÃO E AUTORIDADE

“A mulher na hierarquia evangélica: o pastorado feminino” foi o tema de dissertação de mestrado em Sociologia da Religião da cientista social Maria Gorett Santos. Das 15 pastoras que ela entrevistou, apenas uma teve problemas em seu casamento por causa do ministério. As impressões que Gorett teve foram positivas. Ela ressaltou a preocupação das entrevistadas em equilibrar a família e o ministério, sem ferir o princípio da obediência e da submissão ao homem. A conclusão da estudiosa é que a mulher se torna pastora por necessidade da Obra de Deus e seu discurso não é feminista, já que prega a submissão à figura masculina.

Fonte http://www.revistaenfoque.com.br/

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